A avaliação neuropsicológica desempenha um papel fundamental no fechamento do diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Embora o diagnóstico do TDAH seja clínico, baseado em critérios estabelecidos em manuais como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição), a avaliação neuropsicológica fornece informações valiosas sobre o funcionamento cognitivo e as habilidades neuropsicológicas do indivíduo, ajudando a confirmar e diferenciar o TDAH de outros transtornos ou condições semelhantes.
A avaliação neuropsicológica utiliza uma variedade de instrumentos e técnicas para avaliar diferentes áreas cognitivas, como atenção, memória, funções executivas e controle inibitório. Essas habilidades são frequentemente comprometidas em indivíduos com TDAH. Ao medir o desempenho nessas áreas, os profissionais podem identificar padrões específicos de funcionamento que são característicos do TDAH.
Vários estudos científicos têm demonstrado a utilidade da avaliação neuropsicológica no diagnóstico do TDAH. Por exemplo, um estudo publicado no Journal of Clinical Child & Adolescent Psychology por Solanto et al. (2009) mostrou que indivíduos com TDAH apresentam dificuldades significativas em testes neuropsicológicos que avaliam a atenção sustentada, controle inibitório e flexibilidade cognitiva.
Outro estudo publicado no Journal of Abnormal Child Psychology por Willcutt et al. (2005) revelou que crianças com TDAH exibem desempenho pior em testes de memória de trabalho e funções executivas em comparação com crianças sem o transtorno.
Além disso, a avaliação neuropsicológica também pode ajudar a identificar comorbidades associadas ao TDAH, como transtornos de aprendizagem, transtorno do espectro autista e transtornos de ansiedade. Essas comorbidades podem influenciar o tratamento e a abordagem terapêutica, e a identificação precisa delas é essencial para um plano de tratamento adequado.
Portanto, a avaliação neuropsicológica desempenha um papel crucial no fechamento do diagnóstico de TDAH, fornecendo informações objetivas sobre o funcionamento cognitivo e as habilidades neuropsicológicas do indivíduo. Essas informações são fundamentais para confirmar o diagnóstico de TDAH, diferenciá-lo de outras condições e comorbidades e planejar um tratamento eficaz.
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Referências:
Solanto, M. V., Gilbert, S. N., Raj, A., Zhu, J., Pope-Boyd, S., Stepak, B., & Newcorn, J. H. (2009). Neurocognitive functioning in AD/HD, predominantly inattentive and combined subtypes. Journal of Clinical Child & Adolescent Psychology, 38(6), 758-769.
Willcutt, E. G., Doyle, A. E., Nigg, J. T., Faraone, S. V., & Pennington, B. F. (2005). Validity of the executive function theory of attention-deficit/hyperactivity disorder: A meta-analytic review. Journal of Abnormal Child Psychology, 33(6), 565-577.
Barkley, R. A. (2014). ADHD and the nature of self-control. Guilford Publications.
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-5®). American Psychiatric Pub.